Patricia, mãe do João Victor e do Vicente, casada com Marcelo, cursou marketing de varejo, Trabalha no Hospital São José de Jaraguá do Sul como Analista de Faturamento. Adora ler, escrever e dançar.
Olá Patricia! Eu te conheço a muito, e acompanhei parte de uma situação que aconteceu em sua vida. Por este motivo estou aqui, minha coluna é destinada a histórias de pessoas que fazem a diferença na vida de pessoas e que tiveram grande superação na vida. E você fez e continua fazendo a diferença na vida de seus filhos.
Sandro Ferrari – Patrícia, fale um pouco sobre você.
Patricia Ceruti Pedri – Batalhadora, sonhadora, persistente. Minhas batalhas iniciaram antes dos vinte anos, quando minha mãe faleceu, cuidei de meu irmão de oito anos, assumi as responsabilidades da casa, com vinte e três anos me casei, e passei por muita tristeza com três abortos até conseguir uma gravidez completa e ter meu primeiro filho.
SF – Fale um pouco do nascimento do João Victor.
PC – Minha gravidez foi normal, fiz todos os acompanhamentos recomendados. No dia 24 de janeiro de 2007 João Victor Nasceu. Fomos para casa, tudo normal. No terceiro dia ele começou a ficar amarelo, que no termo médico é ictérico. Fomos ao pediatra, de inicio acompanhamento normais, por ser comum isto acontecer com recém-nascidos.
SF – O que fizeram depois Patricia?
PC – Não havendo a melhora esperada o médico pediatra solicitou novos exames que confirmaram o que o médico desconfiava: Atresia das Vias Biliares (AVB). E aí veio o desespero, nós fomos encaminhados para um cirurgião pediatra para realizar um procedimento chamado Kasai, na tentativa de adiar o transplante hepático. O procedimento foi realizado com sucesso. Depois de alguns dias começou a melhorar. Ele ficou uns 10 dias na UTI e mais cinco dias no quarto e então foi liberado.
SF – E após realizar o procedimento Kasai, o João Victor melhorou?
PC – Sim, nós tivemos uma vida normal, porém ele sempre corria o risco de ter uma infecção chamada Colangite devido ao procedimento realizado. Teve a primeiro Colangite aos seis meses, e algumas com frequência até o segundo ano de vida. Com o tempo era raro acontecer. Logo após seus dois anos, enfrentei o divórcio. Aos sete anos ele ficou o maior tempo internado e mais debilitado. Foram muitas idas e vindas ao hospital. Mas eu sabia que ele iria encontrar a cura.
SF – João Victor hoje está super bem, como ele se curou?
PC – Foi o momento mais difícil quando ouvimos da médica que para ele viver melhor, a única solução era o transplante Hepático (fígado). Como o pai fazia uso regular de medicação, não poderia ser o doador. Acreditei que seria compatível e que iria ajudar meu filho. No dia 9 de fevereiro de 2015 o transplante foi realizado. Doei 70% do meu fígado para meu filho. Eu me recuperei bem, mas o João teve muitas complicações. Ficou 75 dias na UTI do Hospital AC Camargo, sendo mais de 20 dias entubado e sedado realizando hemodiálise. Muitas vezes nós ouvíamos dos médicos que os órgãos pararam e houve o risco de fazer um novo transplante e outras complicações,. Mas com muita fé em Deus depois de 90 dias nós voltamos para casa. Sim o João Victor se curou!
SF – Patricia, seu outro filho, o Vicente também te fez superar outro desafio, Conte.
PC – Sete meses depois do transplante do João descobri que estava gravida do Vicente. Nossa! Tive um susto, pela preocupação do pós-cirúrgico, mas seguido de alegria, pois era algo que meu segundo marido, o Marcelo, queria muito. Tive uma gravidez normal, tudo tranquilo até que na trigésima sexta semana foi constatada no ultrassom, perda de liquido causando uma diminuição no desenvolvimento do bebê. Na semana seguinte ele nasceu. Foi um parto de emergência, pois ele parou de mexer. Vicente nasceu no dia seis de abril de 2016. Após o parto passou pela UCI e UTI, onde foi descoberto cardiopatia (CIA CIV). A solução seria unicamente por ato cirúrgico. Mas para isso ele teria que ganhar peso. No terceiro dia de UTI aconteceu um derrame cerebral,
SF – NOSSA Patricia, eu sinto ressoar em mim sua aflição. E o que aconteceu depois?
PC – Perdi o chão, você questiona os porquês, mas deu tudo certo. Com quatro meses Vicente operou o coração e aos seis meses fez Hipertensão Craniana necessitando procedimento para colocação de válvula cerebral. Houveram algumas outras questões já resolvidas. Hoje faz acompanhamento e está se desenvolvendo bem.
SF – Patricia sua história é linda, de muita superação e realmente se fez a diferença na vida de seus filhos. Qual a mensagem que se deixa para nossos leitores.
PC – Na vida, nós perdemos e ganhamos. Ganhamos mais quando nos damos conta que somos donos de nossas escolhas e nossas decisões resultam as consequências. Você vive melhor, quando escolhe ser feliz independentemente das situações difíceis que atravessar, seguindo sempre o princípio da fé.
Aproveito o espaço para falar de meu livro A MARCA DO RENASCIMENTO, onde conto em detalhes minha história de superação com João Victor. O livro está disponível em Jaraguá na Livraria Pedrinho ou on-line. Já estou preparando o segundo livro para contar as vitorias que também tive com Vicente.