Giuliano Donini é Diretor-Presidente da Marisol S.A. é também presidente da Associação Empresarial (ACIJS) de Jaraguá do Sul. Dinâmico, visionário e atuante nas questões associativista e sociais, expos, em uma agradável entrevista sua linha de pensamento e atuação dentro da sociedade em que atua.
Olá Giuliano, o objetivo desta coluna é bater um papo com pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas ou que tiveram grandes superações na vida.
Você é presidente de uma entidade que tem muitas empresas associadas e assumiu o segundo mandato no meio de uma crise econômica e ainda seu trabalho é voluntario.
Sandro Ferrari – O que te motivou e ser presidente da ACIJS e depois assumir o mandato pela segunda vez?
Giuliano Donini – É uma soma de coisas. Uma delas é o movimento associativista. Estar neste movimento, onde a entidade ajuda outras empresas a se desenvolverem, através do desenvolvimento das pessoas que nelas empreenderam ou com elas colaboram, pois afinal de contas são pessoas que fazem e trabalham nas empresas tem um valor muito relevante. Poder criar relevância nas pessoas e na sociedade é o principal legado que podemos deixar. O resto é substituível. Tem aquele clichê para que serve o dinheiro? – Dinheiro você não leva embora, o que realmente se leva são os exemplos para os seus próximos, a sua família e as pessoas que estiveram com você nestas trajetórias.
O segundo motivo tem a ver com minhas responsabilidades na empresa a qual sou diretor-presidente e meu pai, que já tem histórico com associativismo. Inclusive já foi presidente desta entidade e sempre me motivou nesta questão. A contribuição com a cidade que nos acolhe, é uma pequena retribuição pelo ambiente que nos cerca e nos ajuda a melhorar e crescer.
O terceiro ponto, é que a entidade é muito representativa e respeitada. O fato não é só fazer, mas fazer em um ambiente que tem uma história onde as pessoas que passaram por aqui motivam as outras pessoas a gostarem de estar aqui. Claro que cada presidente acaba colocando um pouco do seu jeito na forma de conduzir. Eu também tenho minhas crenças e óbvio que o exercício de dirigir tem a ver com isso.
SF – Como é administrar uma entidade como a ACIJS?
GD – Não se administra a entidade como se administra uma empresa, vários princípios são trazidos. Esta é uma entidade que tem associados que pagam mensalidade e quem a administra não utiliza seu recurso próprio, mas sim recursos financeiros de terceiros. Portanto tem que ter um nível de cuidado por essas questões, pois os recursos são dos associados e o pensamento as ser compartilhado e manifestado na posição de presidente, tem de representar a posição, pelo menos, da maioria dos nossos associados.
SF – Como é a representatividade da ACIJS em Jaraguá do Sul?
GD – A entidade é muito representativa. Ano passado foi divulgada uma pesquisa, gerada pelo Jornal O Correio do Povo, onde a sociedade de Jaraguá respondeu que depois da Igreja a classe empresarial é a mais respeitada pela mesma e, como a ACIJS é sua principal representante, portanto tem a grande responsabilidade de conduzir com maturidade esta posição e esse reconhecimento não veio de graça, veio ao longo de muitos anos, de sucessivas gestões e, apesar de ser uma entidade empresarial não fica somente cuidando do interesse do empresário, pois essa é a forma que muitas pessoas acreditam, mas cuidando dos interesses de toda uma sociedade, aquela mesma que acredita que desempenhamos um papel relevante, com reflexos em vários setores, como cultura, saúde e educação.
SF – Associados da ACIJS são empresas e nas empresas trabalham pessoas. De que forma a entidade faz a diferenças na vida destas pessoas ou que benefícios a entidade leva para essas pessoas?
GD – Acima de tudo essa questão da representatividade e também em sempre trazer à tona o direito das pessoas de ter o direito de fazer o que desejam. Além disso, teremos no final do próximo mês, a nova edição da Ação Comunitária que foi idealizada e realizada, até aqui, pela WEG e agora passa a ser organizada pela entidade empresarial, contando com o apoio e patrocínio da sua idealizadora. Será realizada no dia 24 de Setembro, um domingo. Aproveito o espaço, para convidar toda a comunidade a participar. O local será a Arena Jaraguá. Esta será uma das formas de fazer uma ação para atingir diretamente toda a comunidade, com uma gama muito expressiva de serviços.
SF – Você falou de seu Pai. Ele é seu grande mentor?
GD – Sim, em todos os sentidos. Ele tem uma enorme motivação e desprendimento em ajudar as pessoas. Admiro muito o altruísmo que ele tem. A forma de enxergar como as coisas se organizam. Penso que meu pai é também representativo para muitas pessoas e sempre estivemos muito próximos nos momentos importantes e decisivos.
SF – Qual a mensagem que você deixa para o leitor?
GD – Jaraguá tem uma história muito bonita e interessante, de um povo empreendedor, muitos legados e histórias de superação. Jaraguá é uma cidade empreendedora, nós temos espirito empreendedor um verdadeiro legado nesta questão. De forma geral, em minha opinião, as coisas no Brasil estão distantes de uma mudança definitiva, mas já estão mudando em alguns relevantes pontos e comportamentos. Na Marisol temos como Proposito criar um futuro melhor, mas quem cria esse futuro melhor são as próprias pessoas, essas pessoas mudam quando elas mesmas têm a oportunidade de fazer essa mudança e quem muda não é o mundo, mas sim as pessoas que estão no mundo gerando um mundo melhor. Trago como exemplo a nossa Chiesetta Alpina que se tornou cartão postal da cidade. Do nada se juntaram pessoas que, de forma engajada, compraram a ideia e decidiram: vamos fazer! E fizeram. Depois de alguns anos ficou pronto e hoje é um dos locais mais visitados na cidade. A questão é: “quando as pessoas querem realmente algo, elas fazem”.