Kianne Bertol é estudante de Técnico em enfermagem reside em São Francisco do Sul.  Adora ler e pedalar com sua Mountain Bike e Speed. Gosta de motivar as pessoas a pedalar.

Olá Kianne, o objetivo desta coluna é bater um papo com pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas, ou que tiveram grandes superações na vida. Conheci sua história através do relato de uma amiga, onde me falou que você eliminou 58 quilos em 10 meses e isso, pelo que percebo, é um caso excepcional de superação e determinação e pode ser inspiração para outras pessoas.

Sandro Ferrari – Kianne fale um pouco de você.

Kianne Bertol – Tenho 25 anos, nasci em Blumenau, quando tinha quatro anos minha família mudou para Jaraguá do Sul. Há 9 anos moramos em São Francisco do Sul. Sou extrovertida, amiga dos amigos, gosto de estar em família e com amigos. Tenho um filho de 4 anos que me fez crescer e enxergar o mudo de outro modo.

SF – Fale desta situação de você ter ficado muito acima do peso.

KB – Tive uma infância e adolescia muito ativa, praticava vários esportes: futsal, handebol e vôlei. Aos 11 anos, após uma mudança para o Rio Grande do Sul, por uma questão de segurança, eu ficava muito em casa, pois não conhecia muito bem a cidade. Foi quando deixei da minha vida ativa para uma vida mais cômoda e sedentária. Como eu ficava muito tempo em casa o que eu mais fazia era comer, e o tempo foi passando. Quando tinha 21 anos fui comprar roupa em uma loja Plus Size e a vendedora falou que não tinha meu número que era 58. Nesta fase estava no auge dos meus 124 kg.

SF – O que você sentiu quando saiu da loja?

KB – Saí triste e com vergonha, senti raiva e decepção dos meus atos, chorei muito! Eu me perguntava o tempo todo: o que eu fiz com minha vida? Logo após esta situação entrei em depressão, aí eu não queria mais sair de vergonha, pois eu “não” tinha roupa, eu me sentia perseguida, pois pensava que as pessoas falavam de mim e isso me fazia muito mal e cada vez  mais eu comia, pois era isso que me restava.

SF – E o que você fez com isso?

KB – Meus pais perceberam que eu estava muito mal, e se eu continuasse fazendo o que eu fazia eu só iria piorar o que já estava péssimo.  Foi quando meu pai perguntou se eu não queria fazer a cirurgia bariátrica. Como eu estava aceitando qualquer sugestão para sair daquela situação que eu mesmo me coloquei, eu falei: – SIM. Vou fazer essa cirurgia. Coloquei na minha cabeça que eu iria mudar essa situação e como meta eliminaria no mínimo 50 quilos.

Foto Kianne Bertol

Sandro Ferrari – Kianne, logo depois que agendamos sua entrevista eu pesquisei sobre a cirurgia bariátrica. Existem várias técnicas para certas situações, li alguns depoimentos de pessoas que fizeram e algumas pessoas conseguiram eliminar muitos quilos, mas outras nem tanto, voltando para o peso muito próximo ao antes de ter feito a cirurgia. Conte-me se você fez algo além da cirurgia para conseguir realizar seu objetivo que foi mais de 50 quilos, 58 no total.

Kianne Bertol – Eu sabia que somente a cirurgia seria pouco e que teria que fazer algo mais por mim, pois eu também soube de histórias de pessoas que fizeram a cirurgia e depois voltou tudo. Muitas pessoas me falam: “fazendo a cirurgia bariátrica é fácil perder peso”, mas não é bem assim, e outros me falaram na época que não era nem para eu operar, pois eu não conseguira comer direito, pois iria ficar depressiva.

SF – E o que você fez a mais?

KB – Logo  após a cirurgia comecei a nadar, tive uma dieta muito regrada, e com o passar dos dias eu me percebia cada vez mais diferente, feliz, satisfeita e motivada, pois eu estava  próxima a realizar meu grande objetivo. Pois só quem passa por essa situação pode dizer como é, as pessoas julgam muito, mas além da estética, estar acima do peso tem uma questão de saúde. Hoje quando eu conto para as pessoas sobre meu passado obeso e elas duvidam que fiz a cirurgia. O que realmente mudou minha vida foi começar a pedalar. Hoje para mim é normal fazer pedais de mais de 100 km, inclusive eu participo de competições, que por sinal eu amo!

SF – O que você pode falar para as pessoas que se identificam com sua história?

KB – Defina o que você quer, trace uma meta e siga em  frente!  Você quer continuar desta forma ou quer mudar?  Não se importe com o que os outros digam, foque na sua meta e procure ajuda. Eu fui ajudada por muitas pessoas, família, médicos, nutricionistas, atletas e pessoas que estavam sempre do meu lado torcendo pela minha conquista. Pode ser difícil, mas posso falar que vale muito a pena, depois que você alcança o que você quer a endorfina toma conta!

SF – Você fez a cirurgia, se regrou na alimentação, começou a praticar esportes e hoje participa de competições pedalando. Qual é a mensagem que você deixar para nossos leitores?

KB – Olha, primeiro nunca deixe de fazer as coisas que você quer, por ouvir a opinião das pessoas, pois elas falam o que acham bom para elas, e também falar é muito fácil, agora eu quero ver fazer. Outra coisa também é jamais desistir dos teus sonhos. Por mais distantes que eles estejam, acredite em você! Pois a única pessoa que pode lhe levar a glória é você. A única pessoa que pode fazer você vencer ou perder é somente você!

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Publicado por

Sandro Ferrari

Coach, Consultor e Pesquisador. Mestre em Administração.Especialista no desenvolvimento de líderes. Minha missão é desenvolver profissionais para que gerem melhores resultados.