Imagino que muitas pessoas já acompanharam bodas de ouro 50 anos de casados, ou bodas de diamante com 60 anos de casados, mas é raro ouvir dizer que um casal chega aos 65 anos de casados fazendo bodas de platina.
Essa é a história do simpático casal de Massaranduba Luzia hoje com 94 anos e Olavio com 97 anos, comemoraram no ano passado bodas de platina.
Tiveram 5 filhos, 7 netos e 1 bisneta a Valentina de 4 anos.
Olá Luzia e Olavio quero que saibam que é um enorme prazer fazer essa entrevista com vocês.
Eu particularmente adoro conversar com pessoas assim como vocês, pois isso remete a minha infância, me faz lembrar de meus avós, sem contar nos aprendizados.
Minha coluna traz assuntos sobre coaching e eu trago histórias de pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas ou que tiveram ou tem grande superação na vida.
E vocês com seus 65 anos de casados é notável que tiveram e ainda tem grande superação em suas vidas.
Sandro Ferrari – Luzia, vocês tem 65 anos de casados, que é bodas de platina, vocês lembram como se conheceram?
Luzia – Foi em na festa de Santa Antonio na localidade de Primeiro Braço do Norte em Massaranduba. Eu estava arrumando café para os padres e o Olavio estava com seu primo e logo nos juntamos com mais algumas pessoas e em seguida essas pessoas saíram e nós ficamos conversando e foi assim que nos conhecemos.
SF – Quanto tempo vocês namoraram? Como era o namoro e lembram a data do casamento?
Luzia – Nós namoramos 3 anos e o namoro era de respeito, sempre o Olavio vinha me visitar ele passava em uma estradinha (picada) fechada no escuro, ela andava cerca de 5 km para namorar comigo, as vezes ele vinha de cavalo. A gente tinha que trabalhar na roça nos víamos 1 a 3 vezes por mês. Nosso namoro era sempre supervisionado pelos familiares, era muito diferente de hoje. Nos casamos no dia 16 de outubro de 1953.
SF – Olavio vocês tem mais que 90 anos de idade. Hoje em dia se fala muito em cuidar da alimentação, da saúde. Eu tenho uma curiosidade, como era a alimentação naquela época?
Olavio – Nossa alimentação era a base de raízes que nós plantávamos. O açúcar era mascavo feito por nós como praticamente todos os alimentos. Tínhamos vacas para o leite e com este fazíamos queijo, além disso criávamos porcos, galinhas, patos para nosso consumo. Nós produzíamos a farinha de milho e farinha de mandioca. Comprávamos somente sal, um pouco de trigo, mas grande parte da alimentação era feita por nós e era tudo muito natural.
SF – Qual é o segredo para chegar até os 65 anos de casados?
Luzia e Olavio – Era uma época diferente de hoje, nós trabalhavamos muito, não tínhamos tempo para discussões, sempre ajudávamos um ao outro. Nós tivemos acesso a TV em casa somente depois de 25 anos de casados. Iriamos dormir sempre muito cedo próximo das 20:00 horas e acordamos muito cedo logo ao nascer do sol. A gente sabe que a vida a dois não é fácil, mas nós aprendemos a respeitar um ao outro e antes de uma possível briga a gente sempre tinha uma ocupação.
SF – Como era a renda da família e a vida no início da vida a dois?
Olavio – No início plantávamos, criávamos animais para o consumo e algumas coisas trocávamos, e logo mais tarde começamos a vender mandioca e arroz. Hoje as pessoas reclamam da vida, que o sol é quente, que chove, ou reclamam de qualquer coisa, mas para nós a vida era assim e nós aceitávamos e vivíamos como as coisas tinha que ser.
SF – Agora meu digam: o que vocês sugerem ou recomendam para os casais que querem chegar aos 65 anos de casados.
Luzia e Olavio – A gente não pode contar tudo, (risos) porque tem o segrede de cada casal. Nossa recomendação é que os casais devem ficar mais juntos, devem ser mais companheiros ficar juntos com os filhos, deixar um pouco a tecnologia de lado, olhar para família como família, desta forma será resgatada a essencial da família.
Quero que saibam que eu sou muito grato por essa entrevista, é sempre bom encontrar pessoas com boas histórias para contar assim como a que vocês contaram.
Eu finalizo essa entrevista com uma frase de Shakespeare:
“O casamento faz de duas pessoas uma só, difícil é determinar qual será”.
Muita Gratidão.